Pedido vem do setor imobiliário, que já está na mesa de negociação para superar o impacto econômico da pandemia de coronavírus.
O regime jurídico emergencial aprovado pelo Senado nesta sexta-feira (3), criado por sugestão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli, para valer durante o período de pandemia do coronavirus no Brasil, trouxe uma mudança que deixou aliviado o setor imobiliário.
Foi retirado do texto o artigo que permitia que locatários residenciais pudessem suspender o pagamento do aluguel até 30 de outubro deste ano em virtude das perdas financeiras.
O argumento de representantes do setor era de que a permissão para a moratória causasse um efeito cascata, com agravamento da situação financeira para aquelas pessoas que dependem dos aluguéis para complementar renda.
Um exemplo usado para convencer os senadores foi uma pesquisa do Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo. A pesquisa indica que 80% dos locadores residenciais têm um único imóvel para locação e dependem desse imóvel para aposentadoria ou renda.
O mercado de locação de imóveis, que florescia no país até a pandemia do coronavirus afetar a economia brasileira, já se adapta à nova realidade.
Em muitas cidades do país, esta é a terceira semana em que o comércio não essencial permanece fechado. E assim deve continuar em quase todo o país pelo mês de abril.
“Ninguém quer que o contrato seja encerrado. Se é bom pagador, você quer a permanência do bom inquilino. Então, o proprietário tem interesse em sentar e negociar”, diz o vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP, Adriano Sartori.
“Em muitos casos, o aluguel residencial ou comercial é a única fonte de renda de muitos locadores, que também têm compromissos a quitar. E estamos falando de milhões de proprietários pessoas físicas que dependem de um único imóvel alugado para sobreviver. Por outro lado, existem locatários, que não tiveram seus rendimentos afetados, podem pagar regularmente os aluguéis”, diz. Mas há quem esteja ganhando nesse mercado. Locatários de estabelecimentos considerados essenciais, como supermercados, padarias e farmácias, que permanecem abertos, têm ganho mercado. O mesmo acontece com galpões logísticos utilizados por empresas de e-commerce, que tiveram um crescimento nas vendas.
A regra para quem terá dificuldade para pagar aluguel segue sendo a negociação. E hoje há muita boa vontade dos proprietários de imóveis residenciais e comerciais para negociar.
Fonte: G1 Globo
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